Plataformas petrolíferas atraem portugueses
Emprego Falta de oportunidades em Portugal está a provocar uma corrida às ofertas noutros destinos Garantias de salários auspiciosos nas explorações de petróleo têm-se revelado tentadoras
Os salários que se praticam nas plataformas petrolíferas têm sido um chamariz para centenas de portugueses. Chegam a ultrapassar os três mil euros/mês. As jornadas são habitualmente duras - com 12 horas de laboração/dia, ao longo de 15 dias intervalados com outros 15 de repouso, ou trabalho de dois em dois meses - o que, ainda assim, diz Paulo Norton, da "Norton Human Resources", não assusta os candidatos.
"O grosso das candidaturas que recebemos destina-se, exactamente, a trabalhos nas plataformas". Sendo que a escolha do local fica ao critério dos candidatos "Nos países árabes os métodos de trabalho são um pouco diferentes, com jornadas seguidas de dois meses e um de descanso". Já nas plataformas ocidentais, os trabalhadores ficam 15 dias sucessivos, seguidos de 15 de descanso em casa. "Está provado que os métodos usados no Ocidente são menos stressantes em termos psicológicos", comenta Paulo Norton. Adiantando que, nos tempos de descanso, são as empresas que pagam as viagens dos trabalhadores.
Como funciona
Estima-se que, actualmente, mais de mil portugueses estejam a trabalhar em plataformas petrolíferas situadas na Europa, Mar do Norte e estados do Texas e da Califórnia, nos EUA. Grande parte são profissionais altamente qualificados, mas há também vagas para quem não tem experiência, como ajudantes gerais, de perfurador, de cozinha, de bar, de self-service, pessoal de quartos, de limpeza, lavandaria, processamento de salários ou comunicações. Por curiosidade, refere a "Norton", um ajudante de perfurador poderá receber, por ano, até 39 145 euros, quase oito mil contos, ou cerca de 666 contos mês.
Os contratos, de um ano, implicam laborar em sete turnos de 12 horas por semana, que incluem alimentação e descansos, não superiores a hora e meia, a cada turno de 12 horas.
Trabalhadores legais
O trabalho em plataformas petrolíferas é uma área onde se tem notado algum dinamismo, em termos de recrutamento de mão-de-obra portuguesa. No entanto, a emigração portuguesa tem tido fluxos diferentes ao longo dos anos. Neste momento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros aponta para a existência de cerca de cinco milhões de portugueses emigrados. Um número que tende a aumentar, à medida que o trabalho vai escasseando no país de origem. Mas com uma diferença hoje, a nova geração de emigrantes procura trabalho temporário (75,2%, de acordo com dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística) e não permanente, como acontecia na década de 50.
A nova geração de emigrantes tem entre 15 e 29 anos, são homens, casados ou solteiros, provenientes do Norte e com um nível de instrução que não passa do ensino básico. "Muitos deles", diz Paulo Norton, "emigram por pura subsistência", dando azo a notícias sucessivas sobre exploração de trabalhadores portugueses. "Por sabermos que existem casos de trabalhadores explorados no exterior, temos o cuidado especial na selecção de recursos, o que não impede que, por vezes, sejam recebidas queixas referentes a pessoas que não cumprem horários ou não trabalham".
Regra geral, as multinacionais de recrutamento e selecção de trabalhadores para o estrangeiro têm o cuidado de "tirar as medidas" a cada candidato. É o que se passa, também, na "SelectVedior" "Qualquer dos colaboradores colocados por nós é submetido a uma bateria de testes, que vão do foro pessoal, ao foro profissional", admite Miguel Ângelo, da empresa. O mesmo acontece na "Egor". Amândio da Fonseca salienta, até, que a empresa tem recusado solicitações para colocação de trabalhadores não qualificados, por considerar que as mesmas não se inserem nas práticas habituais em termos de exigências legais.
FOI CITADO ALGUMAS EMPRESAS QUE ACEITAM INSCRISÇÕES espero ter ajudado
celso novais